por Tiago Martins Gama
A família
Silva jantava, como era habitual, à luz intensa das lâmpadas da cozinha. Só não
era habitual o pequeno Henrique comer a sopa com tamanha avidez.
Empanturrava-se ruidosamente, numa sofreguidão inaudita.
— Estou
putrefacta.
— Quê, Maria?
Estupefacta? Realmente, o catraio...
— Não — cortou
Maria — estou putrefacta.
E a sua carne em decomposição espalhou-se pelos mosaicos do soalho.
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